CEMIRDE DIVULGA RELATÓRIO DE ESTUDO SOBRE TRÁFICO DE PESSOAS NO CENTRO DO PAÍS


 

Por: Rogério Maduca, RP – Beira

O referido documento foi tornado público esta terça-feira, 18 de Maio na Faculdade de economia e gestão da Universidade Católica de Moçambique na cidade da Beira, no centro do País. A comissão episcopal para migrantes, refugiados e deslocados - CEMIRDE na Conferência Episcopal de Moçambique (CEM), foi responsável pelo estudo junto de alguns investigadores, com o financiamento da Agência Católica para o Desenvolvimento Internacional – CAFOD e Caritas Espanhola.

Falando na abertura do evento, o Arcebispo da Beira e Magno Chanceler da UCM, Dom Cláudio Dalla Zuanna, sublinhou que o relatório apresentado é do interesse de todos, pois afecta as pessoas mais vulneráveis e acrescentou que o estudo poderá ajudar na compreensão e prevenção deste tipo de Crime por parte das autoridades competentes.


O estudo que iniciou em 2016 na região sul de Moçambique, revelou que na maioria dos casos as vítimas eram levadas para África do Sul e os casos de extracção de órgãos humanos para fins obscuros tinham o envolvimento de curandeiros. Já no estudo feito no período de 2020 – 2021 nas províncias de Sofala, Manica, Zambézia e Tete na região centro do país, os investigadores constataram que a população não confia nas instituições de justiça, facto associado a falta de recursos humanos e materiais que dificultam a produção de provas contra os criminosos, tal como avançou Titos Quembo representante da equipe pesquisadora.

Para além do acompanhamento psicossocial as vitimas, os pesquisadores deixaram varias recomendações.

De acordo com Dom Atanásio Amisse Canira, Bispo de Lichinga e referente do CEMIRDE na CEM, o trabalho levado a cabo pela comissão para os migrantes, é uma das formas que a Igreja usa para dar voz aos que não tem voz, colaborando para o bem da sociedade em defesa da vida humana.

Bispo de Lichinga
Falando em representação da Procuradora Geral da República, a Procuradora chefe da província de Sofala Carolina Azarias assumiu a existência de desafios ligados crime de tráfico e garantiu que o ministério público está preocupado com este tipo de crime, particularmente por colocar em causa os direitos humanos.

Carolina Azarias

O documento constituído por mais de 50 páginas revela também a ausência de sentido de vida e dignidade humana por parte dos indivíduos que praticam este tipo legal de crime. Espera-se que através deste estudo seja possível eliminar o tráfico no território nacional em colaboração com diversas instituições.  

Refira-se que este é o terceiro relatório de estudos sobre o tráfico de pessoas, órgãos e partes do corpo humano em Moçambique, o primeiro foi desenvolvido na região sul do país e o segundo no norte. Na apresentação do último documento participaram autoridades religiosas, pesquisadores, representantes do ministério público e de instituições do ensino superior, organizações da sociedade civil entre outros convidados.




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