“O Diálogo e a Escuta, são instrumentos preponderantes para o alcance da verdadeira Paz na sociedade moçambicana” - Arcebispo da Beira Dom Cláudio Dalla Zuanna
A Paróquia Nossa Senhora de
Fátima na cidade da Beira, acolheu no passado dia 01 de Janeiro do ano
corrente, a habitual missa do Dia Mundial da Paz, celebrada na solenidade de
Maria Mãe de Deus. A missa foi presidida por Dom Cláudio Dalla Zuanna Arcebispo
da Beira, concelebrada pelos vigários episcopais, o clero diocesano, participaram religiosos, religiosas e fiéis provenientes de várias paróquias da
prelazia da Beira.
Falando por ocasião do dia
Mundial da Paz, o Arcebispo da Beira, na sua homília apontou a necessidade de
um diálogo mútuo entre a sociedade moçambicana.
Baseando-se na mensagem do Papa
Francisco alusiva ao dia mundial da Paz, o prelado disse ser importante que o
povo discuta gestos de bondade que devem culminar na escuta baseada na solidariedade.
″Tantas
vezes falamos de diálogo, diálogo da paz, mas as vezes este diálogo da Paz é ir
falar e dizer o que quer, portanto é preciso ouvir e escutar, este é o primeiro
passo do diálogo, mas não só escutar aquele que dispara contra nós, escutar o
povo que as vezes injustamente, é acusado de ser parte daqueles que agridem” Citando o Santo Padre, Dom Cláudio referiu que a Paz é
um caminho que passa pela escuta, escuta do outro baseada na memória: - “é
lembrar-se daquilo que foi o passado, Moçambique tem uma longa experiência de
sofrimento, de guerra de luta, de conflitos, escutar o que foi o passado, não
só para aprender do passado e não voltar a repetir, mas também fazer memória
das coisas boas, porque as vezes um gesto de bondade, nos da força de fazer
outros gestos de bondade”, este acrescentou dizendo: - “uma escuta baseada na solidariedade, é sermos todos no mesmo barco,
não pensar em tirar proveito, lembrar que somos duas pessoas, pessoas com mesmo
desejos, com mesmos direitos, uma escuta baseada na fraternidade, não só pensar
no interesse individual, mas sim sentir que o outro é meu irmão, e se ele
desaparece eu perco como irmão, a minha família fica empobrecida”. O Arcebispo
continuou a sua homilia e voltou a citar o Papa Francisco, este disse que Paz é
um caminho, um caminho de reconciliação na comunhão fraterna, trata-se de
abandonar o desejo de dominar os outros e aprender a olhar-se mutuamente como
filhos de Deus, como irmãos. Sendo assim, referiu: -“Não há reconciliação, se não se
abandona o desejo de dominar os outros, de ter tudo, de não ter que prestar
contas, fazer o que lhe convém e não interessar-se com o que os outros pensam. A
Paz é um caminho de reconciliação”
Sobre o cuidado da Casa Comum
No que diz respeito ao meio
ambiente, Dom Cláudio fez menção sobre a necessidade da preservação do planeta
terra, pois é a casa comum, as consequências negativas sobre a natureza, sobretudo a
exploração abusiva dos recursos naturais.
“A Paz não é só
uma coisa entre as pessoas, este respeito tem que ser também em relação a
natureza”. Citando o Papa Francisco, fez menção das consequências negativas da
exploração abusiva dos recursos naturais, considerados como instrumentos úteis
apenas para os lucros de hoje. E Questionou: - “Porquê cortar tantas árvores?” Porquê
desmatar a nossa Sofala?” E respondeu dizendo: - “porque isso da dinheiro” e
aconselhou – “Isso tem consequências negativas, pensar em explorar a natureza somente
para o lucro de hoje, sem respeitar as comunidades locais”. O
caminho da Paz é também um caminho de conversão ecológica – concluiu
Dom Cláudio.
Reinauguração da Paróquia Nossa Senhora de Fátima
A primeira missa do ano 2020, coincidiu
com a reinauguração da Paróquia Nossa Senhora de Fátima na cidade da Beira,
depois da reabilitação na sequência dos danos provocados pelo ciclone tropical
Idai em Março do ano passado.
Este ano missionário, a Diocese
da Beira vai no dia 04 de Setembro celebrar os 80 anos da sua fundação, que no
entender do Bispo, cada cristão deve dar o seu contributo espiritual para que a
igreja seja mas madura em gerar novos filhos.
“A reinauguração da Paróquia, é
no fundo o sinal de uma vida nova, de um reerguer a nossa cabeça depois das
dificuldades da vida, é um início para este novo ano. Este ano de 2020 que na
nossa Arquidiocese é um ano que queremos viver como um ano missionário, mais
uma vez, se o rosto de Deus não resplandece em nós, não podemos ser
missionários, não podemos falar de Jesus, as pessoas irão ouvir as palavras e
não irão entender nada, mas se em nós resplandece o rosto de Jesus, irão ver
que em nós esta Jesus, que nós levamos Deus dentro de nós”. No que
diz respeito aos 80 anos da fundação da Igreja da Beira, Dom Cláudio falou
sobre a necessidade da Igreja mostrar a sua maturidade, esta que é manifestada
por ser capaz de gerar novos filhos a Igreja, gerar Jesus no coração dos
Irmãos.
Para terminar a sua homília,
felicitou a todos pelo novo ano e desejou, que o rosto de Deus resplandeça no
rosto de cada um, sendo pessoas que dão a vida e Paz a exemplo de Maria.
Por: Beto Jorge e Rogério Maduca, Repórter Igreja em Notícias
Agradeço pelas informações que nos deixam atualizados sobre a vida da igreja!
ResponderEliminarDisponha sempre, jovem Silambo
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